''Acorda, sê e vê ... Tudo é tão simples''

sexta-feira, 12 de março de 2010

Valsa Lenta...


A perplexidade deste povo,
Desta língua, destas árvores...
O balançar puro do vento
Junto ao sorriso da criança pobre.
A dança da vida, da morte.
O risco das coisas, das luas, do amor.

A maré que sobe e desce
Imaginária ao ser fictício...
Na chuva eles brincam,
Sorriem, choram, vivem, morrem.
Bastasse a mim, como um sopro,
Querer e poder, estar onde estás.

Porque tudo é azul...
Não se vê nada, nada se sente,
A não ser aquilo já prometido
Algum tempo atrás.

Se pudesses escutar-me agora,
Tu, que nunca pôde conhecer o sorrir,
Ouviria-me sorridente, sem coisa torpe.
Sem expectativas...
Irias apenas ouvir e sorrir.

E dançaríamos juntos na chuva e no vento
Crianças, apenas crianças.
Ficaríamos sujos de barro,
Mas nossos pés
Seriam inocentes.

E a vida seria
(aliás, como hoje já é, e não se percebe).
Apenas coisa antiga, inexistente...
Pois haveria paz no coração
Haveria apenas a paz.

E os teus grossos cabelos castanhos
Brilhariam como nunca.
Os teus olhos claros
Que vezes eram azuis
Vezes eram verdes,
Dançariam junto ao teu corpo,
Que voaria sobre o ar...
Eu consigo ver tudo isso
E ainda mais, se quisesse.
Porém o meu coração está tão cheio de amor
Que as lágrimas de ontem sofridas
Hoje são tão calmas e inexpressivas,
Que nem mais sei o que sinto.

E se minha vida toda ainda espera
A liberdade que tanto pronuncio
Deve ela saber que ser livre
É apenas mais um detalhe, nesta imensidão.
E que onde estás, pai
É o lugar onde minha alma
Sempre havia querido estar.

E agora, mais do que nunca, ela espera,
Com alegria.

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